Saneamento Básico
O saneamento
básico é o sistema de serviços composto pela coleta,
transporte, tratamento e reutilização de resíduos e água realizado
por empresas públicas ou privadas. Através dele, as populações de cidades
conseguem ter acesso a água potável e destinar corretamente seus dejetos.
O saneamento
básico é um direito de todos os cidadãos porque ele
constitui um serviço básico de saúde pública, sendo um dever do estado
assegurar seu funcionamento efetivo (Lei n0 11.445/07). Existe
uma relação inegável entre comunidades que não possuem boas condições de
saneamento e diversos problemas de saúde, como a má nutrição, infecções
gastrointestinais, alto índice de diarreia, hepatite, verminoses e
atraso de crescimento infantil.
A rede que compõe o saneamento
básico possui 4 componentes principais: tratamento e distribuição de água
potável, coleta e tratamento de esgoto, drenagem urbana das águas pluviais e a
coleta e a destinação correta dos resíduos sólidos.
Água Potável
Companhias de saneamento tem
como função o tratamento da água bombeada de represas e sua distribuição para a
população através dos sistemas de encanamento. A SABESP (Companhia de
Saneamento Básico do estado de São Paulo), por exemplo, produz em suas estações
de tratamento de água (ETAs) mais de 110 mil litros de água por
segundo.
A partir de uma série de fases
organizadas em um sistema sequencial, a água é clorada, alcalinizada, coagulada,
floculada, decantada, filtrada, desinfetada e fluorada antes de ser
transportada para reservatórios menores nos bairros das cidades. Embora o
processo necessário para disponibilizar água potável seja bem estabelecido, ele
é custoso e exige grandes investimentos financeiros e vontade política.
No Brasil, cerca de 35 milhões
de pessoas ainda não tem acesso seguro a água encanada, recorrendo a poços
artesianos, caminhões pipa ou consumo direto de corpos d’água. Todas essas
fontes de consumo não são seguras e estão associadas a diversos problemas de
saúde.
Esgoto
O esgoto deve ser coletado e
transportado até as estações de tratamento de esgoto (ETEs) ao invés de
despejados diretamente em rios, lagos ou solo. A primeira etapa do
processamento do esgoto envolve o uso de grades e redes para separar grandes
resíduos físicos do restante dos dejetos.
Estes são dispostos em
decantadores, onde o lodo primário é removido. A fase liquida segue para
decantadores secundários e tanques de aeração, de onde sai mais lodo. A água
restante, após uma série de testes físico-químicos e biológicos, pode ser
reutilizada ou despejada em rios.
O lodo recebe tratamentos
específicos e pode ser destinado para uso em pesquisa, adubação, incineração ou
deposição em aterros.
O Brasil sofre de grandes
disparidades geográficas quando se discute o tratamento de esgoto. Enquanto
diversas cidades da região sul e sudeste possuem índice de tratamento
de 100%, municípios do norte do pais não chegam a 15% de coleta e tratamento
de esgoto.
Drenagem
São Paulo, a maior cidade do continente americano, possui graves
problemas associados às chuvas. Seu sistema de drenagem é ineficiente e não
consegue lidar com eventos de chuva intensa, causando alagamentos em diversas
partes da cidade.
O sistema urbano de drenagem de
águas pluviais é um componente importante do saneamento básico muitas vezes
esquecido nas obras de planejamento urbano.
Mapear a quantidade de áreas
impermeáveis (cobertas por asfalto, calcamento e edificações) permite desenhar
um sistema de drenagem efetivo. Porém, os corpos d’água que recebem essa
descarga devem receber atenção especial, assegurando que suas margens não
estejam assoreadas ou erodidas, uma vez que os níveis de rios e lagos podem
aumentar consideravelmente após receber volume extra.
A água da chuva também pode ser
direcionada para reservatórios, o que contribui para um melhor aproveitamento
dos recursos hídricos e balanceamento do ciclo da água.
Resíduos sólidos
A limpeza urbana e a coleta seletiva de lixo são outro
aspecto central do saneamento básico. Centrais de triagem do lixo e
cooperativas de reciclagem são essenciais para redução da destinação
incorreta dos resíduos sólidos.
Também é importante associar o
sistema de coleta de lixo com aterros sanitários bem estruturados ao invés de
lixões, que são locais ruins para distribuição dos resíduos, contribuindo para
a ocorrência de doenças como a dengue e a leptospirose.
Tratamento
de água
A poluição das águas vem
acontecendo desde as primeiras civilizações, quando o ser humano interrompeu as
práticas nômades. Uma vez instalado em um lugar, a produção de lixo se mantinha
em um determinado local, tendo como uma solução imediata jogar esses lixos em
rios para que a correnteza os levasse para outro lugar distante da habitação.
Com o aumento da população nas
áreas urbanas em decorrência da revolução industrial, o acúmulo de lixo
nas águas se tornou um grande problema, infectando a população com doenças como
a cólera e a febre tifoide.
Como a população estava doente,
e não haviam trabalhadores, foi implementada em 1874 a primeira Estação de
Tratamento de Água (ETA), com o propósito de despoluir o
rio Tâmisa na Inglaterra, por meio de filtros formados por areia.
Atualmente, antes de serem lançadas no meio ambiente, a água
decorrente das indústrias e domicílios é tratada nas Estação de Tratamento de
Esgoto (ETE), para evitar danos ao meio ambiente e a saúde.
Existem dois tipos de
tratamento relacionados a água:
Tratamento de Água (ETA): serve para
filtrar as impurezas encontradas nas fontes de água doce.
Tratamento de Esgoto (ETE): serve para
limpar toda a água despejada através da rede de esgoto no qual ela é
reintroduzida nos rios diminuindo seu impacto ecológico.
O tratamento basicamente é o mesmo entre os dois tipos; os
primeiros processos são dados através de métodos físicos no qual é realizado um
processo de peneiramento para retirar as moléculas maiores de
sujeira.
Seguindo pelo processo de decantação,
onde é utilizada a ação do tempo para que as sujeiras não retiradas no
peneiramento sejam aglomeradas no fundo do tanque e retiradas.
Como meio de retirar o mal
odor, a água passa pelo o processo de aeração, no qual se cria borbulhas na
água para retirar elementos como o ácido sulfídrico.
Posteriormente passando para processos químicos, onde a água tem o
seu pH elevado pela adição do carbonato de sódio, após este processo é
inserido o sulfato de alumínio, que reage com as impurezas contidas na água
criando flocos que se aglomeram no fundo do tanque.
A água passa novamente por
outro processo de filtração, para chegar a última etapa que é adicionado cloro para
eliminar microrganismos. Algumas empresas ainda acrescentam flúor na
água que será destinada as residências, para a prevenção de cáries.
No Brasil, os
níveis de tratamento de água são baixos, menos de 20% é tratada para a
reintrodução no meio ambiente; apenas 42% da população possui saneamento
básico.
Mesmo a água
tendo o seu ciclo e não sendo possível ficar escassa, os níveis de poluição
estão ficando cada vez mais altos, tornando o seu tratamento cada vez mais
caro, no qual, futuramente será um privilégio adquirir água limpa.
Amônia
/ NH3:
Entenda o que é a amônia e seus riscos
A amônia está naturalmente presente nos organismos vivos e
meio ambiente, mas seu uso excessivo em produtos agrícolas, industriais e
domésticos pode gerar problemas
Amoníaco, gás
amoníaco ou amônia (NH3), é um gás incolor, alcalino e irritante em condições
normais de temperatura e pressão, bastante solúvel em água em baixos valores de
pH (ácidos). Um odor pungente é detectável em concentrações acima de 30 mg/L,
ocorre irritação ocular e nasal a 50 mg/L, disfunção pulmonar a 1000 mg/l e há
risco de morte se uma pessoa for exposta a concentrações acima de 1500 mg de
NH3/L(11). Ocorre em vários efluentes domésticos e industriais e também resulta
da decomposição natural da matéria orgânica.
O amoníaco e seus derivados (uréia, nitrato
de amônio e outros) são usados na agricultura como fertilizantes e componentes
de vários produtos de limpeza. O amoníaco é muito usado em ciclos de compressão
(refrigeração) devido ao seu elevado calor de vaporização e temperatura
crítica. Utilizado em processos de absorção em combinação com a água, resulta
da combustão de lã, seda, melamina e náilon.
A amônia (NH3) é um gás incolor, formado por um átomo de nitrogênio e três átomos de hidrogênio. Ela está presente naturalmente no meio ambiente e em organismos, mas também é produzida artificialmente e utilizada na composição de fertilizantes e produtos de limpeza. Uma vez no ambiente, essa substância pode gerar problemas ambientais, como a morte de peixes e eutrofização, além de problemas de saúde em seres humanos, como irritação na pele, olhos e garganta.
O NH3 é uma molécula de caráter alcalino formada a partir do ciclo do nitrogênio, pela ação da decomposição de matéria orgânica por micro-organismos. Ela está presente em todos os ambientes e seres vivos, e tem um importante papel ecossistêmico.
A amônia é facilmente biodegradável. As
plantas a absorvem com muita facilidade, sendo um nutriente muito importante
como fornecedor de nitrogênio para a produção de compostos orgânicos azotados.
Em concentrações muito altas, por exemplo, na água de consumo, pode causar
danos graves, já que interfere no transporte do oxigênio pela hemoglobina, entre
outros efeitos tóxicos.
Pela legislação federal em vigor, a
Resolução CONAMA N° 357, o nitrogênio amoniacal é padrão de classificação das
águas naturais e padrão de emissão de esgotos.
A amônia é um tóxico bastante restritivo à
vida dos peixes, sendo que muitas espécies não suportam concentrações acima de
5 mg/L e valores acima de 0,01 mg/L podem ser tóxicos aos peixes. Além disso,
como visto anteriormente, a amônia provoca consumo de oxigênio dissolvido das
águas naturais ao ser oxidada biologicamente, a chamada DBO de segundo estágio.
Por estes motivos, a concentração de nitrogênio amoniacal é importante
parâmetro de classificação das águas naturais e normalmente utilizado na
constituição de índices de qualidade das águas.
Os níveis de amônia na superfície da água
doce crescem com o aumento do pH e temperatura (Tabela 3).
Em baixos pH e temperatura, a amônia se
combina com a água para produzir um íon amônio (NH4+) e um íon hidróxido (OH-).
O íon amônio não é tóxico e não causa problemas para os organismos, enquanto
que a forma não ionizada tem efeito tóxico. Acima de pH 9, a amônia não
ionizada é a forma predominante no meio e pode atravessar membranas celulares
mais rápido à medida que aumentam os valores de pH.
A magnificação da concentração de amônia
que pode penetrar no organismo potencializa o efeito tóxico.
Quimicamente falando, a amônia no
ambiente aquático pode apresentar-se em duas formas, ionizada (NH4+) e não
ionizada (NH3). O balanço entre as duas formas é determinado principalmente
pelo pH, e em menor grau pela temperatura.
À temperatura ambiente e pressão
atmosférica, a amônia é um gás incolor, tóxico e corrosivo na presença de
umidade. O que o torna altamente perigoso em caso de inalação. É também
inflamável, de um odor muito irritante (em concentrações não muito elevadas,
tem semelhança ao odor de urina) e solúvel em água.
A amônia ou amoníaco (NH3)
é uma molécula formada por um átomo de nitrogênio ligado à três
de hidrogênio. É obtida por um processo famoso chamado Haber-Bosch que
consiste em reagir nitrogênio e hidrogênio em quantidades estequiométricas em
elevada temperatura e pressão. É a maneira de obtenção de amônia mais utilizada
hoje em dia. Esse processo leva o nome de seus desenvolvedores Fritz Haber e
Carl Bosch.
À temperatura ambiente e pressão
atmosférica, a amônia é um gás incolor, tóxico e corrosivo na
presença de umidade. O que o torna altamente perigoso em caso de inalação. É
também inflamável, de um odor muito irritante (em concentrações não muito
elevadas, tem semelhança ao odor de urina) e solúvel em água. Transporta-se
esse gás na sua forma liquefeita dentro de cilindros de aço sob muita pressão.
Utilizada em compostos de agente
refrigerante, na preparação de fertilizantes como nitrato de
amônia, superfosfatos e nitrogenantes que são soluções de
amônia e nitrato de amônia, sais de amônia e uréia. Na indústria
petroquímica a amônia é utilizada como base para neutralizar ácidos
provenientes do óleo cru a fim de proteger da corrosão os
equipamentos pelos quais esse óleo vai passar.
Largamente utilizada para a extração
de metais como cobre, níquel e molibdênio de seus
respectivos minérios.
Como já foi dito, a amônia pode ser um gás
muito tóxico se inalado e/ou ingerido.
Causando grande irritação nas vias
respiratórias, boca, garganta e estômago.
Sua inalação pode causar dificuldades respiratórias, inflamação aguda do sistema
respiratório. Mas contanto que sempre sejam usadas máscaras apropriadas para
gases e sempre se esteja atento para qualquer vazamento, a amônia pode ser
usada tranquilamente.
A amônia também pode ser produzida
artificialmente, graças ao processo de síntese da amônia, ou Síntese de
Haber-Bosch. Esse processo foi desenvolvido em 1990, pelos cientistas Carl
Bosch e Fritz Haber. Ele consiste na ativação de átomos de hidrogênio e
nitrogênio a partir de um catalisador, o ósmio.
A amônia pode atuar em diversos processos
prejudiciais para o meio ambiente. A oxidação da amônia, por exemplo,
contribui para a produção de gases do efeito estufa e para a lixiviação de
nutrientes nos ecossistemas.
Esse processo consiste na transformação de
NH3 em NO2– (nitrito), pela ação de micro-organismos presentes no
meio ambiente. Além disso, altas concentrações de amônia em
ambientes aquáticos podem gerar a morte ou problemas no desenvolvimento de
peixes.
Em espécies de plantas, a alta taxa
nutritiva de solos com a presença de NH3 pode levar ao processo de
eutrofização. A eutrofização gera um aumento na quantidade de algas nos corpos
hídricos e a redução da fotossíntese.
Outro problema da presença desse componente
no ambiente se dá por conta do seu caráter alcalino. Com isso, as moléculas de
amônia reagem com componentes de caráter ácido, como o dióxido de enxofre (SO2),
e formam aerossóis atmosféricos. Esses aerossóis contribuem para a poluição
atmosférica e prejudicam a qualidade do ar.
Problemas de saúde
Apesar
dos benefícios para a produção industrial, o contato excessivo com a amônia
pode gerar problemas para a saúde. Sintomas como irritação ou queimação na
pele, nos olhos e na garganta; ou problemas pulmonares são alguns dos riscos
que trabalhadores que são expostos a essa substância podem sofrer. Uma forma de
minimizar os riscos à saúde é o uso de equipamentos de proteção pessoal ou
individual. O último é o mais efetivo, já que atua com medidas preventivas
anteriores ao contato com o trabalhador.
Fonte:
https://www.infoescola.com/
Referências:
de
Oliveira, C.F., 2005. A gestão dos serviços de saneamento básico no
Brasil. Scripta Nova. Revista Electrónica de Geografía y Ciencias
Sociales, 9.
http://site.sabesp.com.br/
Ribeiro, J.W. and Rooke,
J.M.S., 2010. Saneamento básico e sua relação com o meio ambiente e a saúde
pública. Monografia de Especialização em Análise Ambiental,
Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. 36p.